13 novembro 2014

Acreditar que à vigésima é de vez, pois bem, não é. Um dia chegará a hora crucial para essa porta ser fechada. Não por um orgulho desmedido, não por opiniões alheias e muito menos por pressa de conhecer o mundo para além desta gaiola. Fecha-se a porta pelo simples facto de que não nos levará mais longe, nem tão pouco a lugar algum. Vai doer, o hábito e a saudade farão com que isoles todos os bons momentos e por consequência que consideres que foste feliz. E talvez tenhas sido, mas não passou de uma etapa. Não podemos forçar uma peça num puzzle se simplesmente não encaixa, poderia ficar bem, poderia até fazer algum sentido mas não é o seu lugar. Não podemos forçar dois minutos de felicidade que chegarão após 1 hora de discussão, e isso nada tem a ver com amar menos outrem, tem a ver com a necessidade de nos amarmos mais a nós mesmos.

04 novembro 2014

A sociedade sente-se no direito de condenar o indivíduo, de remetê-lo ao poder coercitivo que exerce sobre ele porque no fundo, ela não tem capacidade de julgar as suas próprias ações, ou de reconhece-las. Esquecemos-nos no entanto que esta dita sociedade é um conjunto de pessoas comuns regidas por normas ou modelos pré-definidos de relações entre si e com o mundo. Posto isto, aquele que ousa sair desse ciclo para pensar por si mesmo, e ganhar capacidade de olhar para seu redor de forma crítica e racional é rapidamente remetido à solidão, à condição de errante por ser diferente.

02 novembro 2014

Perdeste-me, apesar de não teres perdido grande coisa. Reconheço não ser das pessoas mais simpáticas nem agradáveis para convivência, ou até mesmo nem chegar a esse patamar tão desejado por tantos e por tão poucos por mérito alcançado. A raiz do problema não é o facto de eu não querer abandonar o meu lado mais frio, taciturno e remoto; está precisamente no valor que aprendi, no decorrer do meu pouco tempo de experiência, a não transparecer de imediato à sociedade a minha totalidade como sujeito singular, não querer entregar a alguém um livro completamente original que até poderá ser copiado, mas nunca fielmente representado. Entregar ao mundo a nossa essência é a reflexão de um raio de luz num espelho, terá uma consequência eminente dado que ao darmos a conhecer o conteúdo protegido por uma capa, estamos igualmente a refletir a nossa suscetibilidade, as nossas fraquezas e sensibilidades. Eu não sou inatingível, já fui inúmeras vezes atingida e serei para o resto da minha vida. Simplesmente ninguém saberá como me atingiu, como me poderá atingir e o gosto pela insensibilidade parte daqui. Ser insensível não significa que não chore a ver dramas, que não simpatize com bebés ou que ignore por completo alguém em sofrimento, no fundo não deixo de ser um ser humano. Significa apenas que por mais mãos que estenda à sociedade, não fico à espera de reciprocidade. Significa que por mais sonhos que hajam, que são necessários às nossas motivações e ambições nos diversos percursos que se seguem, os pés estão limitados a uma altura de segurança do chão para que não se percam num mundo que só tem o fim que cada um delimita.

E como naturalmente poucas ou nenhumas são as máscaras que me servem, não tenciono agradar todos os que pela vida comigo se cruzam com uma falsa amabilidade, com um sorriso perfeito em dias em que a alma está desfeita, com “quero-te ver bem” mas nunca melhor que a si mesmo. Talvez este seja um caminho que me conduza à solidão, até porque ninguém tem o dever de aturar ninguém. Eu considero um meio de proteção, para que possa conter em mim toda a informação possível através do silêncio e pouca informação minha seja difundida face a alguma palavra vã. 

03 outubro 2014

"freedom"

De que vale termos asas se vivemos numa gaiola? De que vale dizer-mos que somos livres se não somos livres para sermos quem somos, se não podemos ser individuais ao destacar-nos pela diferença, pelos nossos valores. Não quero ser vulgar, não quero perder a minha identidade ou que esta se ofusque numa sociedade a preto e branco. Não quero viver de mentiras, não quero viver de hipocrisia. Contudo, num mundo onde a sociedade se impõe ao individuo, aquele que quer sair do anonimato cai de imediato num poço de solidão. 

01 outubro 2014

trippin

Quem diria que apenas o primeiro mês poderia ser tão massacrante. As horas de sono não produzem quaisquer tipo de rendimentos, as refeições são inconstantes e o stress acumula-se graças a coisas mínimas. Deixei de ter paciência para mim, para os outros, para o nada. E por mais introspeções que tente fazer, nada me conduz a uma solução que me acalme, que me eleve a um patamar mais saudável e consistente. Preciso de rezar a todos os deuses em que não acredito para que algum milagre decida acontecer nas minhas longas rotinas. Ou simplesmente preciso de mudar de mentalidade, tentar descontrair e incorporar aquele mood “no stress” e as ditas good vibes que desconheço completamente. 

25 setembro 2014

blessed

Sinto-me abençoada. Sinto-me abençoada por aquilo que tenho, por quem sou, e por que vou sendo um pouco mais todos os dias. E todos os dias são uma nova prova, pedem uma nova conquista proveniente de erros, lacunas, ou de simples presentes e pequenas recompensas que ganhamos por sem darmos conta nos tornarmos melhores. Porque cada prova apenas tem como finalidade levar-nos a progredir como seres humanos e a interessar-nos pela procura de melhores atitudes, melhores pensamentos, melhores energias. Sem dar conta disso, vou acabando cada oração não pedindo por ajuda própria, mas pedindo por ajuda alheia, seja dos dos meus ou dos que nada me são ou por mim fazem. Aos meus peço simplesmente proteção e aos restantes anseio pelo surgimento de alguma luz que os leve a reconstruir as suas mentalidades e a inová-las levando-as para além fronteiras, ou simplesmente que os leve a retirar as palas nos olhos que apenas os fazem observar o rumo ao mesmo beco sem saída, enquanto o mundo é feito de novas esquinas.
Como diria a minha professora de português, oremos irmãos.

sickday

Isto de estar doente acarreta consigo consequências - não há escola para ninguém - e alguns e ótimos benefícios - analisar possíveis compras.
Ao som do meu mais recente vicio 93 million miles do Jason Mraz vou alimentando vícios.

13 setembro 2014

us

Amo-te de uma forma tão peculiar que abrange todos os parâmetros possíveis e prováveis numa relação. Amo-te ao ponto de te odiar e de morrer por ti. Amo-te ao ponto de querer que sejas livre e em simultâneo só meu. É uma estranha forma de amar alguém, mas é a minha e a sua intensidade tem se revelado cada vez maior. Acordar e olhar para ti tornou-se o segredo exclusivo para o bom humor, tornou-se a motivação necessária para enfrentar dias cinzentos. E quero que continuemos assim, inocentes mas excêntricos, com medos e bastante confiança para os deixar ir. Porque podem haver inúmeras jornadas opcionais para nós, mas esta foi a nossa escolha, este é o nosso caminho venham ventos ou marés.

11 setembro 2014

trust

Cada vez espero menos das pessoas, até porque cada vez são mais reduzidas as que mantenho no meu caminho. Não o faço por arrogância ou prepotência, mas por protecção. Em tempos não sabia como controlar a confiança que deposito nas pessoas na medida em que dava de mim e da minha vida mais do que recebia e achava absolutamente compreensível.
Porém, com joelhos esfolados e almofadas humedecidas fui aprendendo e acreditando vivamente que ninguém aprende com sorrisos e abraços, aprende com quedas e lágrimas. Todas essas respectivas etapas fizeram-me acreditar que poucos ou nenhuns são os que surgem no nosso caminho para permanecer nele, muitos apenas vêm com interesses secundários, por mero egoísmo. Como se as pessoas não tivessem um valor intrínseco e fossem apenas um objecto móvel - hoje estás comigo porque preciso de ti mas amanhã podes ir procurar outra pessoa porque não precisarei mais. Hoje eu procuro confiar mais em mim e menos na sociedade, procuro ter maior conhecimento de mim mesma do que dos restantes em meu redor, procuro fazer mais por mim do que tentar agradar meio mundo. E sou mais feliz assim.

10 setembro 2014

fall

Peço desculpa aos opositores, mas adoro acordar depois de noites chuvosas, abrir a janela e sentir este cheiro maravilhoso a Outono. Estamos quase lá é os vestígios já são bastantes.

09 setembro 2014

fighter

Não fui feita para incertezas, para caminhos curtos nem para viagens fáceis porque dessas não vou trazer memórias nem conquistas. Gosto de ser persistente em algo que me leve longe, que me ensine como agir em novas e mais complexas situações.
Iniciei esta viagem há um ano atrás com ele, já perdi conta do número de lições que aprendi e que ensinei também. Já quis desistir, já me encontrei em becos sem saída, já me desiludi. Inclusive, ás vezes teria sido mais fácil abandonar o barco e iniciar um novo rumo, mas não valeria a pena. Há um ano atrás eu era um ser preenchido pela metade, tinha ambições pessoais, tinha sonhos. Hoje sou um ser completo. Isto porque apesar de o caminho ser incerto, já trago comigo a bagagem suficiente para entender que a minha realidade já é um sonho sem ter de viver em fantasias, que à minha mão está colada outra que precisa tanto ou mais da minha satisfação quanto eu. E esse é o nosso fusível, lutamos não só pelo nosso sorriso, mas pelo sorriso de outrem.

07 setembro 2014

mudanças

Como eu gosto de contrariar as pessoas que dizem que o ser humano não tem capacidade de mudar, que é um ser eternamente errante (apesar de haver uma semente de verdade nisso, mas uma total falta de interpretação). Sim podemos mudar, porquê? Porque somos "alguém" e não "algo", logo, somos racionais, ou seja, temos uma consciência que por consequência nos guia, como se de um tribunal interior se tratasse. Posto isto, podemos mudar porque sabemos exactamente o que estamos a fazer mal, e se o sabemos, também temos a noção de como é fazer bem, logo, não é uma meta impossivel de atingir. E sim, concordo plenamente que somos e seremos eternamente seres errantes pela simples razão de que nunca, jamais acabaremos esta vida com a certeza absoluta de que sabemos tudo, porque não sabemos, nunca saberemos. Só quem sabe tudo não erra, e Einstein não sabia tudo, Descartes não sabia tudo, Saramago não sabia tudo. Logo, seremos eternamente errantes, mas nunca na mesma situação, porque temos a capacidade de mudar.

05 setembro 2014

new look


Heis a minha mais recente loucura: cortar metade do cabelo que tinha! Confesso que estava assustadissima, que tinha a sensação de que ia chorar para casa a seguir mas no fim, o resultado foi bastante satisfatório. Não existem mais vestígios daquela cor abominável que me atormentou desde que pintei o cabelo à 3 anos de modo que este castanho é totalmente natural.
Estou satisfeita e já recebi bastantes mimos, a receita essencial para livrar-me de todos os medos e inseguranças.

Boa noite.

enjoy


Hoje o dia será assim, mais soft e casual.
Pensar que a rotina sem agenda está a acabar deixa-me absolutamente ansiosa (num péssimo sentido claro). Setembro é o meu Janeiro, o início de mais um ano de lutas, esforços, sobrevivência. Talvez este seja o ano, talvez passe rápido... Mesmo que não seja, mesmo que não passe, uma coisa é garantida: será decididamente mais um ano de aprendizagem não só da sociedade, mas da minha capacidade de lidar com ela.

04 setembro 2014

o "tudo" é pouco

Gostava de poder dar-te o mundo, dar-te tudo aquilo que está fora do meu alcance mas que te trariam um simples sorriso. Porque é disso que eu alimento o meu bem-estar, é do teu sorriso. É tão sensata esta necessidade que parece pouco credível... Mas talvez amar seja isso, levantar os pés do chão e ascender ao nível da nossa imaginação, ascender ao patamar dos sonhos que possivelmente jamais se realizarão mas que até lá nos trazem satisfação, nos trazem de volta a inocência que vamos perdendo com os anos. Talvez amar nos torne crianças novamente, nos torne egoístas e altruístas em simultâneo, nos leve a querer dar o céu a alguém mesmo que não seja exigido, mesmo que seja impossível.

03 setembro 2014

no words


Nesta nova fase aprendi um novo lema, que não é descritível mas sim simplificado por pequenas filosofias de vida que unidas se tornam numa utopia mais próxima do real. Aprendi que as palavras pouco ou nada têm o significado que lhes são atribuído num dicionário, mas sim o que cada um pretende ouvir ou cativar. Deste modo, prefiro conte-las nos meus pensamentos apenas para que não possam ser mal interpretadas ou usadas como facas sorrateiras prontas a usar num futuro "adequado". Talvez não seja o método mais fácil, mas é o mais seguro
os milagres que um batom rouge faz num dia sem paciência para maquilhagem, muito menos para ir para o tal estabelecimento de

11 maio 2014

(No decorrer de um aniversário repleto de crianças e actividades didácticas)

Por volta dos meus 6 anos, pouco depois de ter visto o meu pai pela última vez, uma prima cujo rosto me fora totalmente desconhecido insistia em separar-me da mesa dos adultos e atirar-me ao mar de pequenada, disse à minha mãe uma frase que até hoje permanece tão vivida na minha memória, com as mesmas palavras, com a mesma voz: "a solidão desta menina um dia dará um grande livro".

ao colo vs a pé

A necessidade de escrever sobrepôs-se ao meu diletantismo habitual sobre o assunto no qual penso intensamente sobre esta reabilitação dos ditos problemas transpondo-os para um "papel", porém, estes acabam por se acumular no meu consciente e atormentar as minhas noites.
Decididamente não me consigo habituar a este tipo de juventude mesmo fazendo parte dela directamente. Inteiramente já não sei onde me integro, daí preferir ir passando entre todos eles sem deixar rasto de modo a que ninguém dê conta dos meus passos.
Contudo mesmo tentando ser invisível à decadência juvenil, é complicado contornar a minha revolta quando estes "novos valores" vindos de uma educação fácil se sobrepõem àquele que em toda a história levou o ser humano mais além: o trabalho. Talvez seja eu a idiota por optar seguir um caminho de grandes esforços e férias perdidas para manter o meu tribunal interior equilibrado, no tempo da minha mãe este meu método seria utilizado por pessoas inteligentes. O grande problema é que quem lidera e difunde os seus ideais são os espertinhos. E recorro ao diminutivo com um intuito bastante significativo: reforçar a ideia de que sendo uma maioria, continuam a ser pessoas moralmente muito pequenas, com valores muito limitados e claramente com uma educação extremamente proteccionista no qual os "papás" acham que têm de carregar os filhos ao colo para sempre. A importância destes espertinhos nos dias de hoje é notória na medida em que vão difundindo estes novos caminhos que encontraram que os levarão mais rapidamente e sem deixar cair uma gota de suor, ao mesmo patamar daqueles que decidiram subir montanhas.

Maravilhoso ensino secundário com duas ou três cadeiras, e vinte berços.