Sinto-me exausta de uma relação que já não reflecte o quadro pintado à demasiado tempo. O mal é deixar andar, é deixar acumular a insatisfação de ter ao lado alguém que, apesar de já não esperar-mos nada, ainda nos desilude. Foi o mal de dar-mos uma segunda oportunidade onde elas não existem ou simplesmente não ficam por ali. Este ano vou brindar a todos os meus defeitos, esses que coitados são os únicos apontados quando a tempestade se instala. Vou brindar também ao cinismo dele, ele que ao inicio pareceu tão boa pessoa, e hoje atira pedras da calçada para se proteger, para não ter de se desculpar. Um brinde a esta pessoa que me tornei, mais fria, mais pisada e muito menos crente nesse sentimento qualquer que dizem existir e que possivelmente até o conseguem fazer sentir, mas que não confrontam os efeitos secundários, até estes serem a razão de todas as paredes que vão caindo. Até se aperceberem que as pessoas transformam-se, criam protecções, máscaras e vão tendo consigo argumentos feitos, como se tudo não passasse de uma Paz Armada.
